Se tenho medo
Confiança me falta
Se confiança me falta
Gratidão não tenho
Se gratidão não tenho
Serenidade não chega.

Em novembro de 2013.

Confiança
Fiar junto
Me abro
À vida
À fiar com ela
Refletir o azul do céu
O ninar do mar
A luz do sol
A emoção da lua
Me desaguar no silencio
Nascer na fé de que tudo esta onde deveria estar
E eu estou com a vida a fiar.

Em outubro de 2013.

Árvore

Para Ser

Árvore

Apenas é

Árvore

Sem palavra

Sem identificação botânica

Sem cladística

Apenas

Árvore

Em 2013 de algum lugar.

Insistente
Me acolho na mente

A mente é sacro instrumento
Difícil de manejar

Sem o manejo adequado
A mente mente e ensombra

De nó em nó
Me faço apego
Distorço a visão
E vivo compulsão

Em agosto de 2013.

A natureza me ensina
mas eu não quero olhar

Da impermanência
A natureza se faz bonita e sublime

Cada estação são novas cores
Novas formas
Novos odores

E eu apegado a condicionamentos
Percebo a natureza
Por meio de palavras

Me separo da natureza
Pelo insistente condicionamento de projetar

Perco uma refrescante brisa
Por moldar
Justificar
Condenar
Julgar
Classificar

Crianças não têm esse apego cartesiano

"Se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus" Jesus - Matheus 18:3

Em 2013 de algum lugar.

Aceitar para compreender a totalidade
Sem intelecto
Com alma

O ontem morre hoje
O hoje morrerá amanhã

Que minha memória divina me oriente
Me faça presente
No aqui agora Eu Sou

Na contemplação
Me plenifico

No desapego
Me prontifico a morrer

A cada morte
Uma parte de mim se sacraliza.

Em 2013, em algum lugar.

Deixar

O divino suplica para eu aceitar minha luz

Parar de na sombra me esconder

E deixar meu ser brilhar

O medo não pode se esconder

Quando a luz eu ascender

Com confiança e devoção

Aceitar minha missão

De expressar à luz de Jesus

Em cada ato e passo que me conduz

Deixar a mente silenciar

Para só o coração falar

Por amor a todos, meu irmão

Deixe sua luz brilhar nesse salão

Deixe sua luz brilhar pelo caminho

Como a luz de um menino

Deixe sua memória divina te levar

E siga apenas a confiar

Mas siga presente em seus atos

Abra seu coração de fato

Na vida não há barganha

Nem equação para ponderar

Na vida há entrega

E silencio para o coração poder falar/escutar.

Cape Town, South Africa, janeiro de 2014.

Silêncio

 South Africa, Cape of Good Hope, dezembro de 2013.

Sou o silencio que precisa

Para viver em harmonia

Entrar na sua suave e fina sintonia

Ser um instrumento a tocar

Sou o silencio da alegria

Os olhos que contemplam e brilham

Sem necessidade de julgar

Sou o silencio da poesia

A sutileza da magia

De presente aqui estar

Sou o silencio do perdão

Entendimento da missão

Que estas aqui para amar.

Madiba.
Que seu espirito faça eterno a liberdade.
Liberdade que seu ser, com tanta verdade, mostrou.
Liberdade que há na paciência, na compaixão.
Na disposição em olhar com igualdade o outro.
Na disposição de deixar nossa luz brilhar.
Na disposição de não deixar o medo reinar.

Meu coração você tocou.
Seu sentido de liberdade me inspirou.
Fazer de minha vida um altar.
Em mim acreditar.
Deixar minha luz brilhar.
O mundo presentear.

South Africa, Cape Town, 06/12/2013.

Nascemos para manifestar
a glória do Universo que está dentro de nós.
Não está apenas em um de nós: está em todos nós.
E conforme deixamos nossa própria luz brilhar,
inconscientemente damos às outras pessoas
permissão para fazer o mesmo.
E conforme nos libertamos do nosso medo,
nossa presença, automaticamente, libera os outros.

Nelson Mandela

Ensinos

 Juramidam me ensinou

A ter firmeza no pensar

Pensar com devoção para só o amor reinar

Nossa Senhora da Conceição, mãe divina do astral,

Me ensinou a me entregar

Ao feminino sacralizar

São Miguel me ensinou

Meus demônios conhecer

E com amor os combater

Para minha luz poder brilhar

São João me ensinou

Com verdade perdoar

A paciência e a compaixão

Para o outro enxergar

Meu Jesus, mestre do amor

Me ensinou a me olhar

A minha luz reconhecer

E com consciência emanar

Daime amor

Daime coragem

Para os ensinos praticar

Para o coração abrir

E viver a servir.

Chapada Diamantina, novembro 2013.

Devagar

Vou seguindo devagar

E com devoção

Passo a passo bem presente

Prestando atenção

Para o medo não reinar

Para a distração não conduzir

Para o amor florescer

E a humildade reluzir

É tudo muito simples

Só ser e deixar fluir

Como a água no regato

Apenas a seguir

Para o mar do meu ser

No divino desembocar

Sem apego e arrogância

Apenas deixar estar

Em cada pedacinho

Nesse tempo que é agora

Entender que o que importa

É o que eu já sou

Nesse contentamento

O divino aflora

Deixar de lado a compulsão

De querer o que não tem

Vou seguindo meu caminho

Vivendo quem eu sou

Aceitando o que eu tenho

E me dando mais valor

Deixando transparecer

A verdade do meu ser

Aprendendo a louvar

O que tenho a oferecer

Bonfim - Ibicoara, novembro 2013

É meu

É seu

Podemos ser nosso?

Eu

Você

Podemos ser Nós?

São Roque 10/2013

O meu lugar no mundo

Esta em todo lugar

Só basta

A disposição

Para semear

São Roque 10/2013

Da janela
Dá para sonhar
Sentada ou escorada
Paisagem do meu imaginar

Da janela
Dá para contemplar
Atenta e objetiva
Paisagem do meu lugar

Da janela
Dá para te enxergar
Presente e compreensiva
Paisagem do seu olhar

Altinópolis, outubro de 2013

Com saudade da Carol Bottino

Antipatia e simpatia
Que pretensão
Achar que tudo tem que passar
Pela minha ilusão

Dor e prazer
Que pretensão
Achar que tudo tem que passar
Pela minha sensação

Juízo e ação
Que pretensão
Achar que tudo tem que passar
Pela minha compulsão

A essência é perdida
A compreensão tolhida
A dependência escolhida

Em cada coisa que me agrada ou desagrada
Imponho ao mundo minha maneira de ver
Egoismo no ser

Apresentação

No silêncio me alinho

Na natureza me encontro

No meu irmão me reconheço

No silêncio me afino

Na natureza me componho

No meu irmão me toco

Alinhada reconheço 

No encontro 

O fino instrumento que o divino toca

Afinada reconheço em mim mesma

A espontaneidade divina

Que EU SOU

 Pedagogia Waldorf, Aracajú, outubro de 2013.

Quando olho e não vejo fim

Silencio

O que é terra

O que é céu

Parece mar

Contemplo

Por um instante estou livre

De meus condicionamentos

De minhas soberbas convicções

A prova mais sutil é permitir

Descobrir

Sentir

A fonte da sabedoria

A natureza

Numa lavoura de café, Alta Mogiana, 20/09/2013

Que o imanifesto 

Se manifeste em mim

Como o Sol 

Ilumina a terra

E a terra 

Faz verdejar

Me faço 

Ente vivo 

Há contemplar

Crio união

Chapada Diamantina, Pau Ferro, 09/2013

Gente que gosta de gente

Se não houvesse a compulsão

A necessidade do outro

A escora

Seria mais fácil

Gente que gosta de gente

Olhar o outro

É o mesmo que se olhar

Para entender o outro é preciso se aceitar

Essa prova sei que quero pular

A passagem é estreita

Para meu mundo eu iluminar

                                                                                                         Chapada Diamantina, 09/2013

No livro de imagens do céu

Fragmentos do ser

Contemplação destituída de pré conceitos

O universo a conceber

Imagens arquetípicas

Vivas

Imorredouras

Atua na alma

Entrelaça os mundos

Tudo vem

Tudo vai

Tudo retorna

Basta chamar

Querer conhecer

No invisível visível

O céu e a terra

A lemniscata celeste
Sem meio
Sem fim
Sem permanência

Retira a ingenuidade
De querer apenas a luz
Traz louvor à sombra
Disposição para a integração de polaridades

"Assim embaixo como em cima"

Humildade e disposição de olhar
Ocaso a conhecer
Aurora a despertar

Meio acordada

Meio dormindo

Distraida

Na distração

Tudo é ilusão

O fazer sem inteireza

A retranca ardilosamente

Projetada

Sem entrega

Estagnada

Na busca de realidades paralelas

Onde saciedade não há

Estratégias para não se entregar

Olha mas não vê

Toca mas não sente

Faz mas não reverbera

Estratégias para não se envolver

Vive de passagem

Não fixa o mastro

Não se posiciona

Estratégias para não ser

Caminho

Apresento-lhe esse novo caminho com alegria

Vai seguindo nesse novo caminho,

Vai seguindo nesse novo caminho sem julgamento

Julgamento é o que obscurece o dia

Se mantenha atento

Se mantenha nessa linha com aceitação

O serviço também esta fora do salão

No olhar, no sorriso no respeito ao seu irmão

A fonte divina esta a disposição

Basta abrir o coração e se alinhar com seu irmão

Não culpe o outro pelo que esta dentro de você

Tenha responsabilidade pelo seu sentimento

Essa é a linha da correção

Aceitando a si mesmo para não julgar o seu irmão

Em vez de apontar comece a se estudar

Estude direitinho para nada se encostar

São Roque, 07/08/2013



Estripulias nos interstícios da vida
Cotidiano pode ser
O momento em qualquer direção
Sem não
Sem pré ocupação

Janela, portas, claraboias
Indiferentes do querer

Mesmo quando quero
Tudo pode acontecer

Pensamento confortante
Dano racional
De um organismo pulsante

No pulso de um momento
Em todos os momentos o pulso impulsiona
Gasto de energia

Guepardo na savana africana
Questão de fisiologia

Um impulso de vida ou de morte
Questão de escolha

Darwin, Wallace, Jung
Traços de ancestralidade

Momento evolutivo de parca razão
Formas de aceitação

Chapada Diamantina, 2011.



Estou ficando velha
Estou perdendo tempo para o que já sei que deve ser
Perdendo tempo agarrada a labirintos.

Chapada Diamantina, 2011.

Disritmia



Um cérebro menos irrigado
Uma falta de crivo aparente
Uma sensação de inadequação permanente

Ser educado
Ter bons modos
Esperar sentado
Fazer sala

Um cérebro agitado
Uma falta de ar frequente
Uma sensação de ser para fazer a diferença permanente

Ser a própria aresta
Deixar formigas e bichos carpinteiros tomarem conta

Queria ser rio
Nasce, aflora, ingruna, segue pro mar

Quanto mais quero ser
Menos sei que sou
Quanto mais quero estar
Menos sei que estou
Quanto mais espero mudança alheia
Menos flexível sou

Um dia quero ser o que sou
Sem moldes
Sem julgamento
Sem culpa
Sem medo
Apenas EU SOU

Chapada Diamantina, 2011.

Hora que não tem hora
Hora que se arrasta
Hora que parece não suficiente
Hora que de tanto querer nada se sustenta no ser.

Chapada Diamantina, 2011